esquizoativo

o hipocalipse das máquinas desejantes, o golem antiartístico, o ócio e a fofoca por mateus potumati

Duas Mixtapes Essenciais junho 4, 2008

Filed under: chicago,música,notícias,reviews — Mateus Potumati @ 11:55 pm
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Uma é do ano passado, a outra é da semana passada. Vou começar pela mais antiga: apesar de ter sido lançada em agosto de 2007, eu só vim conhecer a mixtape do Costa a Costa um tempo atrás, pelo Maleronka (SUMEMU, sempre o exu). Pra quem não tá ligado, o Costa a Costa é um grupo de rap de Fortaleza, formado por Don L, Nego Gallo, Júnior D, Preto B e o DJ Flip Jay, que ganhou o Hutúz como revelação Norte-Nordeste em 2006. A mixtape deles, Dinheiro, Sexo, Drogas e Violência de Costa a Costa, é tão cabulosa que o Hermano Vianna a declarou o Sobrevivendo no Inferno do século XXI. Eu assino embaixo. Do começo ao fim, letras, base, rimas, flow e intenção, é fácil o lançamento mais importante do rap no Brasil no ano passado, e um marco no estilo. E, como eles mesmos frisam entre uma faixa e outra, ainda é só a mixtape.

Não vou ficar falando muito a respeito, que não é o objetivo agora, e eu ainda tô muito de cara pra fugir de superlativos e outros clichês. Além da matéria do Hermano que eu linkei ali em cima, também tem esta entrevista que eles deram pro Bocada Forte. Essencial ler, é dinamite pura.

A mixtape tá aqui

Enquanto vai baixando o som, se liga no clipe de “Costa Rica”:

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A outra mixtape saiu semana passada e é dos reis do mashup de Chicago, o The Hood Internet. Desta vez, eles resolveram homenagear a cidade natal e fizeram um catadão da fina flor dos MCs, bandas e produtores de Chicago. O resultado é um delírio aos fãs da boa música de Chicago: são 24 sons, que jogam com destreza no mesmo balaio nomes como Kanye West, Lupe Fiasco, Rhymefest, Common, Kid Sister, the Cool Kids e até o obscuro e cultuado 1985 Chicago Bears, de um lado, e Wilco, Big Black, Smashing Pumpkins, Ministry, Tortoise, Andrew Bird e Casiotone for the Painfully Alone, do outro. Já é a versão 2008 do clássico Judgment Night.

Sente só a tracklist (já coloquei onde começa e termina cada faixa, pra facilitar):

1. Intro
2. Pro Nails Forever (Kid Sister vs Walter Meego): até 3:44
3. Frog Minutes (Shawnna vs LMNOP) 3:45 até 5:12
4. Cakeicide (Hollywood Holt vs Prairie Cartel) 5:13 até 8:58
5. Juke And Pop (Mic Terror vs Green Velvet) 8:59 até 12:13
6. Superbowl Jesus (Kanye West + 1985 Bears vs Wilco) 12:14 até 13:42
7. Trenchache (Juice vs Liz Phair) 13:43 até 15:45
8. 80s Problems (Tha Basix vs Mahjongg) 15:46 até 19:21
9. When Baby Mamas Collide (Qualo vs Chin Up Chin Up) 19:22 até 22:26
10. Simple X-plosion (Diverse vs Andrew Bird) 22:27 até 25:04
11. Your Love Iz What It Iz (The Cool Kids vs Frankie Knuckles) 25:05 até 27:45
12. Sisters Of Chicago-Rillas (Rhymefest vs The Changes) 27:46 até 30:13
13. I Ain’t That Bowie (Twista vs The Sea And Cake) 30:14 até 33:46
14. Hay Electric (Crucial Conflict vs Reds and Blue) 33:47 até 36:53
15. Watch My Big Feet Jump (Dude N Nem + Twista vs Office) 36:53 até 40:12
16. Ten-Day High (Do Or Die + Kanye West vs Tortoise) 40:13 até 42:35
17. Eatchyo Stigmata (Yea Big + Kid Static vs Ministry) 42:36 até 45:41
18. Smash That There (Yung Berg vs The Smashing Pumpkins) 45:42 até 49:25
19. Stages Of Standby (Psalm One vs Kleenex Girl Wonder) 49:26 até 53:23
20. Can You Eat Some More Heavy Fists Of Love? (Kanye West + GLC vs Bumps + Terminal 4 + Big Black) 53:24 até 56:25
21. I Used To Love The Blue Line (Common vs Bang! Bang!) 56:26 até 59:04
22. I Gotcha Trees (Lupe Fiasco vs May Or May Not) 59:05 até 62:22
23. What Chu Like, Old Mare? (Da Brat vs Sleep Out) 62:23 até 65:11
24. Kells-Tone For The Painfully In Love (R. Kelly vs Casiotone For The Painfully Alone) 65:12 até final

A mixtape do Hood Internet tá aqui: Hood Internet vs Chicago.

 

Neil Gaiman na Flip maio 8, 2008

Filed under: festivais,notícias,quadrinhos — Mateus Potumati @ 1:10 pm
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Depois de alguns anos tentando, finalmente a Conrad conseguiu trazer o Neil Gaiman pra Flip, Festa Literáia Internacional de Parati, que acontece de 2 a 6 de julho. A informação saiu no O Globo de hoje e foi dada como “praticamente certa” pela editora e, segundo o camarada Shin Oliva apurou, pela organização do festival. O autor, mais conhecido pelo clássico dos quadrihnos Sandman, vem pra divulgar Coisas Frágeis, coletânea de contos que a Conrad lançará no festival. Gaiman já tinha vindo ao Brasil no começo da década, quando causou uma aglomeração de milhares de fãs em uma livraria de São Paulo.

Além da grande notícia para os fãs do autor, a vinda de Neil Gaiman sugere um aumento no interesse pela cultura de quadrinhos no Brasil por parte do meio literário (apesar de Gaiman quase não lançar mais obras de quadrinhos, ainda é um ícone do gênero). A Flip já havia tentado trazer Art Spiegelman, outro nome fundamental dos quadrinhos, mas sem sucesso. A visita de Gaiman à Flip será a única aparição pública do autor no Brasil.

 

Matt & Kim + Hollywood Holt + Million Dollar Mano maio 6, 2008

Filed under: chicago,música,notícias — Mateus Potumati @ 6:40 pm
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A relação entre o duo punk/dance de Nova York Matt & Kim e a cena juke de Chicago já é antiga. O remix de “Yea, Yeah”, feito pelos jukeiros do Flosstradamus, foi uma das belas surpresas de 2006, e continua bombando nas pistas de boa procedência do mundo. Agora, foi a vez de dois outros nomes fortes da cena, os mcs Hollywood Holt e Million Dollar Mano (que tá em turnê com a M.I.A., que por sua vez parece ter feito um show bem palha no Coachella mês passado), brincarem com um dos novos sons dos caras. A versão de “It’s a Fact” apareceu na mixtape IHEARTCOMIX/Scion, que o Frankie Chan distribuiu lá em Austin durante o SXSW, e agora começou a ganhar bons reviews na internet. O remix ficou classe a, como você pode conferir aqui:

Matt & Kim – “It’s A Fact (Printed Stained)” (Mano RMX feat. Hollywood Holt) (mp3)

A mixtape toda vale a pena, e quem quiser pode pegar ela aqui.

 

Essa é pra bombar no seu estéreo abril 17, 2008

Filed under: música,notícias — Mateus Potumati @ 4:13 pm
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Já faz um tempo que o rap da periferia de São Paulo tem passado por uma transição. No lugar das letras carregadas, que atingiram a sociedade como um soco no estômago a partir dos anos 1990, novas bandas têm falado de temas mais pra cima, mostrando que nem todo dia a quebrada é embaçada. Da mesma forma, as bases abandonam o paradigma trip-hop dos primeiros sons do Racionais e investem em samples de funk, disco e samba. A idéia é clara: dançar. Essa idéia se fortaleceu quando os mesmos Racionais endossaram a virada, investindo em bandas novas com um perfil mais solto no selo deles, o Cosa Nostra.

Uma das principais bandas dessa nova fase é o Função RHK, que me foi apresentado pelo André Maleronka, grande pesquisador de novidades da ponte pra lá. Foi ele quem me mandou esse clipe novo deles, que acabou de entrar no ar. A música, “Vem Com a Gente”, é do disco Eu Te Amo, do ano passado, e é o tipo de som pra rolar bonito não só nos bailes em Itapevi, Interlagos, Itaquera, Grajaú e cia, mas em qualquer casa de plêiba na Vila Olímpia ou em clubes descolados como o Studio SP ou o Milo Garage. O mais interessante é que é um som pra dançar, mas sem os clichês dos gangsta raps americanos (caras em carrões, aquele clima machistão etc.). E o clipe tem essas imagens de balada, feitas com câmeras amadoras, que lembram o estilo do elogiado Awesome, I Fuckin Shot That do Beastie Boys. O melhor de tudo, isso provavelmente foi um resultado não intencional.

Bom, chega de enrolação e vamos pro que interessa. Espero que curtam:

 

O Estranho Mundo de Zé Do Caixão março 21, 2008

Filed under: cinema,notícias,tv — Mateus Potumati @ 2:01 pm
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VOOOOOCÊÊÊÊ!

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Quem convida é o bródi Gustavo Duarte, que fez a direção de arte. Olha aí a chamada classuda do

programa: 

 

De Volta à Neve

Filed under: festivais,frilas,música,notícias — Mateus Potumati @ 1:18 pm
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Esse puraço aí de cima resume o espírito de Austin durante o South By Southwest, pra mim. Descontração de alto nível. Voltamos de lá na segunda, vou dizer que foi triste trocar aquela maravilha de clima pela neve. Guardar a bermuda de novo na gaveta foi melancolia pura. Agora tá caindo neve pra caramba aqui em Oak Park, uns flocos servidos, eu costumava gostar desses flocos maiores porque lembrava do Eternauta, mas depois de 5 meses meio que começa a dar no saco. Ainda mais sabendo que no Brasil é feriadão com sol.

Eu acabei ficando preso com a cobertura simultânea do SXSW pra Rolling Stone e pro G1, então não consegui mandar muita coisa pra cá (o Dago teve mais sucesso, confiram lá no Bima). E esta semana ainda tô preso com o texto pra revista, então tá embaçado. Mas eu ainda vou fazer um apanhadão de bandas legais que vi por lá, prometo. Quero falar do showzaço do Lyrics Born, do Money Mark, do Fatal Flyin’ Guilloteens, do High On Fire, Dizzee Rascal, Kid Sister, She & Him, Sons And Daughters, Foreign Born, Curumin, Slits, Vampire Weekend, Waco Brothers, Spoon e de um monte de coisa legal que eu perdi, tipo Lou Reed com o Moby (pois é), R.E.M. (pois é), Motorhead (pois é), Del Tha Funkee Homosapien, Cool Kids, Ice Cube, Be Your Own Pet, Darondo etc. Enquanto isso, vou fazer um clipping de tudo que a gente publicou a respeito do festival, em ordem cronológica:

G1:

Chamada pro SXSW

Quarta (Van Morrison e R.E.M)

Quinta (Lou Reed)

Sexta (Vampire Weekend)

Final (destaques femininos)

Rolling Stone:

Chamada

Quinta (R.E.M. etc.)

Sexta (Curumin etc.)

Segunda (balanço final)

 

Vampire Weekend no SXSW 2008 março 15, 2008

Filed under: música,notícias — Mateus Potumati @ 3:55 am
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Acabamos de chegar em casa, e o braço da Jana aí em cima resume bem o entra-e-sai da balada aqui.  Hoje rolou muita coisa classe, como o Dizzee Rascal, o Foreign Born, o J Mascis, e um showzaço do Lyrics Born no fim da noite (pra mim, o melhor). Mas o grande acontecimento do dia foi sem dúvida o show do Vampire Weekend no Antone’s, à noite. Casa cheia (umas 600, chutando por alto, e umas 2 mil pra fora), todo mundo cantando as músicas, som redondíssimo injetando com responsa a vaibe Jamaica/África no universo do indie-rock e tocando com um frescor de banda de 1962. A Jana fez este filminho aí, que deixo pra vocês. Outra hora a gente fala melhor disso tudo. São 4h49 da matina aqui, ainda tenho duas matérias pra escrever e o Walter Mercado tá na tv do hotel. Sei lá, se pá eu morri. Axé.

 

de austin, finalmente março 13, 2008

Filed under: festivais,notícias — Mateus Potumati @ 10:00 am
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(Tio Lou relaxando, foto fresquinha da Jana)
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Uffs, que pauleira. Finalmente deu tempo de mandar alguma coisa pra cá. Dormimos umas cinco horas nesses três dias somados e SXSW é camelação 18 horas por dia (sério, das 9 às 3 da matina todo dia). O legal é que ficamos no mesmo hotel do Fabrício e da galera do Lucy and The Popsonics e do Dago e o povo da Trama Virtual. Ainda é o segundo dia oficial do festival, que vai até domingo, e já rolaram coisas memoráveis aqui. O principal, sem dúvida, foi o show do Van Morrison ontem à tarde. Foi meio na encolha, rolou de última hora e não tinha muita gente sabendo. Mesmo assim, a fila tomava duas laterais do quarteirão. Ontem ainda teve Akron/Family, Slits, Black Keys, Lemonheads e um showsaço do R.E.M. Mas a balada que eu mais curti foi uma do selo Frenchkiss, vi 3 bandas fodas e o Fatal Flyin’ Guillotines quebrou tudo, num show meio Fugazi, meio Mudhoney e totalmente Stooges. Falo mais disso tudo depois.
Agora tô ao vivo da keynote do Lou Reed e tô a uns 4 metros do palco. A Jana tá lá no gargarejo, tirando foto. Chegamos uma hora antes e a fila já estava grande, ainda bem que conseguimos entrar. Vou tentar mandar alguma coisa em tempo real pra cá, vamos ver se rola. Rolou uma orquestrinha de câmara e agora um cara está fazendo um pronunciamento bem político, falando sobre a zona dos planos de saúde aqui, futuro do mundo, caucus democrata e rock the vote, falando pra todo mundo votar etc. Ele repete as palavras finais do entrevistado principal do ano passado, Pete Townshend: “let’s hope we do our role and don’t get fooled again” (“vamos torcer para que façamos nosso papel e ninguém nos passe a perna de novo”). O Lou entrou, 66 anos de walking on the wild side. Foda. Foda. O entrevistador e ele tão só tirando onda por enquanto, ele falou pro Lou que espera falar de coisas melhores do que da última vez, em que ele ficou falando sobre como odeia a mãe. O Lou já mandou na lata: “ainda bem que você é produtor, não jornalista”. Emendam a discussão sobre o Berlin, filme do Julian Schnabel que teve estréia mundial aqui no SXSW, e claro que falam sobre o disco, Lou dizendo sobe como ele fodeu com as coisas depois do final do Velvet, e o Berlin foi ao mesmo tempo o retrato disso e o começo de uma fase melhor. Agora estão exibindo um trecho do filme, com “Men of Good Fortune”. Por esses 3 minutos de exibição que vi até agora, já adianto que é um clássico imperdível, para fãs, para simpatizantes, e especialmente para os que têm uma vida miserável e não conhecem Lou Reed. A banda é espetacular, a filmagem é virtuosa, com manipulações ao vivo do diretor.

O entrevistador agora pergunta sobre uma afirmação do Schnabel de que Berlin é o disco mais romântico de todos os tempos, mas vou parando por aqui. Depois mando mais coisa. Desculpem se o texto tá muito esquisito, deslumbrado, mas tô vendo o Lou Reed de perto, porra! 😀

Também vai sair cobertura diária nestes dois lugares:

http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,7085,00.html

http://www.rollingstone.com.br/

 

Eu tô indo pro SXSW, e você? março 10, 2008

Filed under: festivais,frilas,música,notícias — Mateus Potumati @ 11:10 pm
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É isso aí, a partir de amanhã a gente vai ver o que é que Austin tem.

Vou mandar relatos diários pro site de música do G1 e pra home da Rolling Stone Brasil, com fotos da Jana, que aliás inaugurou o Flickr dela. Com muita sorte, ainda consigo mandar alguma coisa pra cá. A primeira parte da cobertura para o G1 já está no ar.

Nos desejem boa viagem e não sumam.

 

Kurt Cobain “compra” casa de US$ 3,2 milhões março 8, 2008

Filed under: notícias — Mateus Potumati @ 8:19 pm
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Quase 14 anos após sua morte, Kurt Cobain ainda apronta das suas: para surpresa total de sua viúva, Courtney Love, ele comprou uma mansão de US$ 3,2 milhões no estado de New Jersey em 2007. Não contente, o finado rockstar ainda abriu 188 linhas de crédito e sacou US$ 69 milhões da herança de sua filha, Frances Bean Cobain. Não, ele não voltou do além para assombrar a vida da família. A fraude foi executada por um grupo de golpistas que se apropriou do número de Seguro Social – um misto de CPF e INSS – de Cobain. Segundo o jornal inglês The Sun, Love contou a policiais esta semana que o grupo vem agindo desde 2003, quando ela perdeu o controle sobre suas finanças devido a problemas com drogas, mas ninguém acreditava quando ela tentava contar. Dias atrás, porém, ela fez uma consulta de crédito em nome do marido falecido e descobriu a casa. “Eu quero saber como fizeram isso. Se foi ele, é melhor ele voltar pra casa agora mesmo!”, ela disse. Ex-líder do Nirvana, Kurt Cobain cometeu suicídio em 1994 e vendeu mais de 60 milhões de discos no mundo todo.

Courtney Love entrou hoje com uma ação, na esperança de reaver o dinheiro. O caso ilustra bem a fragilidade do sistema de segurança financeiro nos EUA, onde é possível se fazer praticamente qualquer tipo de transação sem apresentar documentos originais, ou mesmo sem se apresentar pessoalmente.

Mais detalhes aqui:  http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/news/article891144.ece